quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O modelo do testemunho Cristão

Este sermão faz parte de uma série de exposições que o irmão Marcus Paixão está levando sobre o evangelho de João. A exposição está em andamento na Segunda Igreja Batista em Campo Maior, todos os domingos, no culto noturno. Atualmente a exposição está em João 3.22.

"Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz... " (João 1.6,7).


Nós temos nos deparado hoje com um grande exército de pessoas que proclamam as mais diferentes mensagens para promover o bem estar físico e espiritual do ser humano. São aqueles que pregam a abstinência sexual e uma vida enclausurada em mosteiros. Outros defendem que o homem precisa mesmo é de alegria e de liberdade sem restrições. Sua mensagem é que o homem deve se desprender de toda regra que o impeça de ser feliz, assim, temos presenciado uma verdadeira avalanche de depravação moral em nossa humanidade. Existem aqueles que defendem que a mensagem que o homem carece mesmo é a do amor. Na realidade, uma falsa mensagem de amor, visto que ela é desprovida de Deus. Esta é a mensagem espírita. Faça o bem a todos, realiza caridade para com o próximo e atingirás a perfeição espiritual. Uma mensagem puramente baseada nas obras do homem. O mundo está cheio de várias mensagens, cada pessoa ouve uma solução diferente. Afinal, qual é a mensagem nós precisamos ouvir e obedecer?

O apóstolo João começou o seu evangelho apresentando a Jesus Cristo como o Verbo de Deus. Como aquele que é o eterno criador e a fonte de toda vida. Ele demonstra que Cristo é Deus, o grande Deus. Agora ele volta-se para falar sobre um homem. Um homem mortal e pecador, mas que deu um testemunho valoroso sobre Jesus Cristo, portanto, o foco de João continua sendo apresentar Cristo a seus leitores.

O ASSUNTO DO TESTEMUNHO CRISTÃO É CRISTO
O Assunto do testemunho de João Batista é sempre o Senhor Jesus Cristo. Ele é o centro e o foco da mensagem do profeta, o qual João se preocupa em apresentar com bastante clareza. João Batista foi enviado por Deus para um mundo tenebroso, afundado nas densas trevas da incredulidade para dar testemunho da maravilhosa luz divina. Ele foi designado para ser uma testemunha. Uma testemunha. Este é um termo bastante usado nos tribunais. Testemunha é aquela pessoa que é convocada para falar somente a verdade sob determinado acontecimento. Geralmente quando um processo entre duas partes está em andamento, existem as testemunhas de defesa e de acusação. Estas testemunhas estão sob um juramento que as obriga a falar somente a verdade, caso contrário, elas responderão, sob pena de condenação toda falsa declaração que fizerem. Certa vez eu mesmo presenciei a o julgamento de um criminoso que estava acontecendo em Campo Maior, na Câmara Municipal da cidade. Estava formado ali um tribunal composto por um júri popular. O réu era acusado de assassinato e estava sentado acompanhando todo processo diante do Juiz e de numerosas pessoas que estavam acompanhando o julgamento. O promotor foi chamado para fazer a acusação. As testemunhas de acusação já haviam dado seus depoimentos e respondidos as várias perguntas feitas pelo advogado do réu. Em determinado momento do julgamento, o advogado de defesa dirigiu-se a uma das testemunhas de acusação, olhou profundamente nos olhos dela e, após fazer uma pergunta muito séria, advertiu-a: “o senhor sabe que está sob juramento e não pode mentir, sob pena de ser acusado de falsa testemunha.” Aquele advogado lembrou a testemunha de que, caso ela mentisse em seu depoimento, ela mesma correria o risco de ser presa e condenada.
Uma testemunha sempre deve falar a verdade. Por isso ela é uma testemunha, deve relatar a verdade do que ela sabe. Esse é o sentido da palavra testemunha que o evangelista João usa quando se refere a João Batista como sendo a Testemunha enviada por Deus para testemunhar a cerca de Cristo.

João veio anunciar aquele que é a Luz que dissipa as trevas. O testemunho de João se assemelha ao testemunho dos profetas do Antigo testamento, cuja obra era anunciar o Messias salvador.
Nos dias de João Batista, os israelitas estavam saindo do período de tempo que ficou conhecido na história da igreja como ‘Tempo do silêncio de Deus’. Silêncio que teve início com o último dos profetas da antiga dispensasão e foi findado com o nascimento de Jesus Cristo. Esse período durou cerca de 400 anos, tempo em que ninguém se levantou para proclamar sobre o Cristo de Deus. Período de escassez e sequidão espiritual. Foi nesse tempo do silêncio profético que o perverso Antíoco Epifânio se levantou para profanar o Templo do Senhor, sacrificando um animal imundo e declarando-se, ele mesmo, como divino. Foi nesse período que vários livros não inspirados comumente chamados de apócrifos começaram a surgir. Período em que Deus estava pesando a sua mão sobre o seu povo, para puni-los de seus pecados e de sua permanente desobediência.

Naqueles dias não havia uma real mensagem de esperança para Israel sendo pregada. A única mensagem que se ouvia pelas ruas de Israel eram as palavras áridas e cheias de justiça própria proclamada pelos fariseus. Israel estava vivendo em amargura e dores. Estava sob o jugo do Império Romano e estavam todos vivendo subordinados ao governo dos Cézares de Roma.
As vezes nós passamos por períodos semelhantes aos de Israel, onde a mensagem puramente de Cristo não está sendo pregada. Acredito que em muitas partes do mundo exista hoje uma real carência da autentica pregação, do autentico testemunho de Cristo. Na realidade, se olharmos com atenção vamos perceber que há um cristo que está sendo pregado em quase todo o mundo, Um cristo impostor e, portanto, falso. Não o Cristo de Deus, o Cristo anunciado pelos profetas, o Cristo das Escrituras Sagradas, o Cristo que João Batista deu testemunho. Este quase não se ouve falar dele.

E isto acontece porque muitos que não foram enviados estão dando um falso testemunho acerca de Cristo. São testemunhas não autorizadas, pessoas sem credenciais que os habilitem como fiéis pregadores. Homens que nunca tiveram um chamado de Deus, mas que se auto-enviaram para anunciar Aquele que eles nem mesmo conhecem.

João Batista é bastante diferente de tais pessoas. A Bíblia diz que “houve um homem enviado por Deus cujo nome era João”. Ele foi enviado por Deus! Ele tem a autorização de Deus para testemunhar, por isso o seu testemunho é verdadeiro. João está na mesma categoria de Moisés, que foi enviado pelo Deus Todo Poderoso para libertar Israel do Egito, das garras do Faraó e do seu cativeiro. Moisés também estava no deserto quando Deus apareceu a ele e lhe deu esta missão. No monte Sinai ele teve um encontro com o Todo Poderoso e ali ele recebeu as suas instruções. Moisés era uma testemunha autorizada, ele tinha as credenciais e a ordem expressa do grande EU SOU.

João Batista também pode ser comparado a Isaías ou Jeremias. Estes foram profetas do Altíssimo que receberam ordens para testemunhar de Deus. Foram designados pelo próprio Senhor para levarem a genuína mensagem. A Isaías Deus perguntou: “A quem enviarei? E quem há de ir por nós?”. A resposta do profeta foi: “envia-me a mim!” (Is 6.8). Então Deus o enviou a pregar. A Jeremias Deus disse que ele havia sido escolhido desde o ventre para ser profeta: “A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: 'Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações' ” (Jr 1.4,5). João Batista pode ser comparado aos apóstolos de nosso Senhor Jesus, a homens como Pedro, João ou Paulo, cuja missão foi a de anunciar a Glória do Filho de Deus e chamar os homens ao arrependimento. Todos estes homens Foram enviados por Deus. A mensagem que os próprios anjos desejaram ter a honra de anunciar foi entregue a meros homens mortais. A mensagem santa foi entregue para ser proclamada pela boca de homens pecadores. Veja que honra Deus nos tem dado!

Esta era a missão de João Batista: “Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz”. A missão de João era a mais bela e gloriosa que alguém poderia sonhar receber. Ele veio falar ao mundo sobre o grande Salvador Jesus. Sua mensagem era anunciar aos homens que a Salvação, enviada da parte de Deus, estava presente. Ele trouxe uma mensagem que deveria trazer um grande júbilo aos homens. A mensagem que cada homem precisa ouvir e crer. Aquele que o povo de Israel tanto aguardava já estava no mundo. Essa é a mensagem que Campo Maior desesperadamente carece. Estamos em véspera de eleições municipais. Já constatamos várias passeatas dos candidatos nas ruas de nossa cidade. Já ouvimos os seus discursos e suas promessas. A mensagem política tem inundado a cidade. E eu digo aos irmãos que não é esta mensagem que nós verdadeiramente precisamos. Não há uma esperança real e absoluta no discurso político. Não há vida e nem há salvação no discurso político, na realidade, estamos precisando urgentemente ouvir uma mensagem que mude nossas vidas. Uma mensagem cheia de poder e de verdade. Uma mensagem transformadora e eficiente, e somente a fiel pregação de Cristo pode fazer isso conosco.

João Batista anunciava aquele que já existia antes da criação do mundo. Ele pregava Cristo e esta era a sua missão. Falava de Jesus como o Salvador que o mundo inteiro precisa. O ministério de João teve como marca a fiel pregação de Cristo. Ele simplesmente veio do deserto, tendo os pés calçados em sandálias de couro e vestindo roupas feitas de peles de animais. Um homem que não seria bem recebido na sociedade, não tinha uma presença elegante aos olhos humanos. Não era ele um homem atraente em nenhum sentido. Provavelmente ele não teria nada de interessante a dizer para as pessoas. Grande engano. Ele trazia a verdadeira Palavra de Deus. Sua mensagem era poderosa e penetrava nos corações. Sua mensagem foi fielmente entregue aos homens, como Deus o havia ordenado. João não fez milagres, não curou paralíticos, não deu vista aos cegos e nem tão pouco ressuscitou mortos. Ele não fez nenhum sinal miraculoso para levar o povo a aceitar a sua mensagem (Jo 10.41). Ele simplesmente pregou a Cristo Jesus o Filho de Deus, a Luz do mundo, a esperança do homem.

Foi essa mensagem que André ouviu e creu. Foi essa mensagem que abriu o coração do evangelista João. Depois que eles ouviram as verdades que João Batista pregava a respeito de Jesus Cristo, ele correram cheios de alegria e queriam anunciar a todo mundo que Jesus Cristo era o Salvador e que Ele estava presente no meio do povo. Eles chegaram até Pedro e disseram cheios de satisfação: “Achamos o Messias!”. Tudo isso depois de terem ouvido o testemunho de João Batista.

E é somente esta mensagem firmada em Cristo, que apresenta fielmente Cristo, que muda o coração humano. Que transforma o homem pecador, fazendo-o reconhecer a sua miséria, a sua decadência e a sua pobreza espiritual. Somente este Senhor Jesus, o Cristo das Escrituras, salva os pecadores do seu estado de condenação. Qualquer outro testemunho é insuficiente e desnecessário para o homem. João Batista pregou tão somente Jesus Cristo, “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O assunto do testemunho de João não era exaltar o homem. Ele não buscou a glória de homens pecadores. Ele não veio anunciar os apóstolos e o ministério que eles teriam. Ele não foi enviado para testemunhar sobre Pedro e seu sermão no dia de pentecoste, antes, pelo contrário, Pedro também foi designado para anunciar Jesus. E mais, sua mensagem não era um testemunho de exaltação a Maria, mão de Jesus, como muitos têm feito hoje em dia. Deus o enviou, não para que ele testemunhasse de Maria, mas para que ele testemunhasse do seu filho. Até mesmo quando Isabel, mãe de João Batista, quando ele ainda estava no seu ventre, se aproximou de Maria, que também estava grávida e Jesus ainda estava no ventre de Maria, a Bíblia nos diz que o menino João ficou inquieto, saltando no ventre de sua mãe (Lc 1.41). Porque João se inquietou no ventre de sua mãe? Foi porque Maria se aproximou dele? Não! foi por causa de Cristo. Não foi a presença de Maria em si mesma, mas aquele que ela trazia em seu ventre, o Rei da Glória. A presença de Cristo, aquele a quem mais tarde João iria testemunhar no deserto da judéia foi percebida.

Foi Cristo, sua mensagem era sobre Ele, foi toda baseada Nele. João Batista também não buscou a sua própria glória, antes ele disse a cerca de si mesmo “Eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias” (Jo 1.27). Ele conhecia a si mesmo. Sabia que era homem cheio de pecado. Como é necessário que muitos pregadores compreendam essa verdade. Pregam buscando sua própria glória, buscam alcançar destaque e reconhecimento. Querem ser conhecidos e se enchem de orgulho e soberba. João Batista buscava a glória de Cristo. Em sua pregação Cristo era exaltado e toda a glória e honras eram tributadas a Jesus. João disse: “convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).

Talvez você esteja fazendo uma pergunta a si mesmo agora: como saberei se estou anunciando a Cristo com fidelidade? Meu amado irmão, se o conteúdo do seu testemunho de Cristo for fielmente alicerçado na Bíblia, se Jesus Cristo é o centro da sua mensagem, de seu evangelismo, certamente você está anunciando a Cristo conforme a Bíblia ordena. Se o centro de sua mensagem não são os sinais miraculosos, as línguas, as revelações, ou se não é qualquer outra coisa, mas Cristo, certamente você está sendo fiel a Deus em sua mensagem. A nossa pregação sempre deve ser a de anunciar a Cristo com intrepidez, com ousadia e sem temor. O conteúdo de nossa mensagem deve ser totalmente semelhante ao de João Batista, com Cristo sendo o centro de nossa mensagem.
Sermão pregado na capela Segunda Igreja Batista em Campo Maior pelo irmão Marcus paixão, no dia do Senhor, em 24 de agosto de 2008.

3 comentários:

  1. Caro Irmãos:

    Gostaria de parabenizá-los pelo blog da SIB. Continuemos batalhando pela fé que o Senhor nos confiou.

    Em Cristo,

    Pr Alan Kleber

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  2. Gostei do Blog e da mensagem que os campo maiorenses da segunda Igreja Batista estão recebendo, que os amados continuem a prosperar nesses caminhos.Parabéns irmão Marcos!

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  3. É ISSO AÍ IRMÃO!! CONTINUEMOS A PREGAR A VERDADE DO EVANGELHO, NÃO PARA AGRADAR AO HOMEM, MAS PARA CUMPRIR A VONTADE DE DEUS!! POIS ELE É O SENHOR QUE A TODOS E A TUDO GOVERNA.

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